Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 8, 1-11)

Ideia principal: Caminhemos com coragem e decisão, rumo à vida nova que Deus tem para nos dar. Apesar dos nossos pecados Ele não nos condena: “Vai e não tornes a pecar”.

- A cena relatada no Evangelho deste domingo situa-nos no Templo de Jerusalém, onde Jesus costumava ensinar. O adultério era considerado incompatível com a condição dos batizados, levando mesmo à exclusão da comunidade cristã. Por isso, só tardiamente – pelo séc. IV - o episódio foi recuperado e introduzido, bastante fora do contexto, no Evangelho de João, sendo uma das passagens deutrocanónicas do NT.

- Os escribas e os fariseus apresentam a Jesus uma mulher que, de acordo com a Lei deveria ser condenada à morte. “Tu que dizes?” Jesus podia ter evitado a cilada dizendo: “O Sinédrio é já ali, levai-a para que seja lá julgada”. Não quis abandonar a mulher… Aos defensores da moral, diz: “Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra”. Todos se foram embora. “Todos? Também os Apóstolos?” Todos!

- Só os dois permanecem em cena, a adúltera e Jesus… a miserável e a misericórdia, diz Santo Agostinho. Jesus - que poderia apedrejar, pois não tinha pecado – não desculpabiliza a mulher, já que, permanecer no pecado a tornaria infeliz. Dirige-lhe a palavra, o que ainda ninguém tinha feito… Não a acusa, não a condena… liberta-a, colocando-a no caminho novo da liberdade: “Vai e não tornes a pecar!”.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Senhor Jesus, bendito e louvado sejas por esta Palavra de reconciliação e esperança que hoje, com a Igreja, escutei. À mulher adúltera, a ela e a todos, sempre dás uma nova oportunidade… Esta a certeza não seja pretexto para eu adiar a conversão que urge: o pecado ofende a Deus e torna-me infeliz. Que a confissão quaresmal me renove na luta contra o pecado e na capacidade de perdoar aos irmãos. Amem.

EVANGELHO – Jo 8,1-11

Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras.
Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo,
e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar.
Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério,
colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus:
«Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?».
Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar.
Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão.
Como persistiam em interrogá-l’O, ergueu-Se e disse-lhes:
«Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra».
Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão.
Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio.
Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?».
Ela respondeu: «Ninguém, Senhor».
Disse então Jesus: «Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar».